domingo, 17 de março de 2019


Um pouco de Heráldica no Futebol

Quando se fala em heráldica, é normal que se pense em tempos medievais, nas grandes batalhas de filmes, na nobreza, nos cavaleiros e nos brasões. Na verdade, a heráldica é mesmo mais ou menos isso.
Chama-se de heráldica (termo que, segundo o Dicionário Houaiss, “... deriva do francês héráldique ‘relativo ao brasão’...”) tudo o que se relaciona à ciência que estuda, analisa e desenha brasões de armas ou escudos e sua respectiva evolução. A própria palavra escudo advém da proteção que os contendores de torneios e guerras usavam à frente de seus corpos. Como eles precisavam se distinguir no campo de batalha ou de disputas (pois estavam, via de regra, usando capacetes), começaram a desenhar símbolos no escudo que carregavam.
É difícil afirmar quando se começou a falar de heráldica ou quando teve início o estudo dos brasões.
O primeiro livro conhecido que fala de símbolos é o De insigniis et armiis, de Bartolus de Saxoferrato, professor da Universidade de Pádua, escrito na década de 1350. No seu livro “Ciência heroyca, publicado em 1725, o espanhol Marquês de Avilés (citado por Ignacio R. Tomás) diz que o brasão é a arte de tornar compreensível, com suas cores, figuras e ornamentos, tudo o que se quer representar num desenho. Ou seja, o brasão gravado no escudo serve para exprimir, antes de qualquer coisa, tudo o que se pensa e tudo o que se idealiza.
Apesar de se reconhecerem elementos heráldicos desde o Império Romano, a heráldica como a conhecemos e estudamos hoje existe desde o século XII, sempre na Europa Ocidental, onde até hoje é largamente analisada.
Se, no início, o desenho feito nos escudos era absolutamente aleatório, em geral remetendo a animais ferozes, com o passar do tempo, esses

desenhos se tornaram hereditários e começaram a seguir um conjunto de regras e convenções criadas e gerenciadas por funcionários militares especificamente designados para isso, já que a determinação desses símbolos era prerrogativa real. Esses profissionais receberam o nome de “heraldos”, que eram os oficiais encarregados das proclamações solenes e dos brasões.
Dessa origem militar surgiu o nome do principal objeto de estudo da heráldica: o escudo. Como foi dito, era sobre o escudo que se desenhavam objetos escolhidos pelos cavaleiros ou a estes outorgados pelo poder real. Com a popularidade dos desenhos nos escudos, eles começaram a ser utilizados em outros lugares, como quadros, portas, fachadas de lojas, anéis e até como ornamento de caixões e túmulos.
Por essa razão, prefiro usar os termos escudo ou distintivo para esses símbolos que representam os clubes: afinal, para a torcida, os jogadores são guerreiros em campo, são contendores de uma batalha contra seus rivais.

Para este livro, é interessante saber quais os tipos de escudo que existem. São formatos-padrão que, por incrível que pareça, são até hoje utilizados em quase todos os escudos de times de futebol: como será visto a seguir, dificilmente um clube usa uma forma alternativa de distintivo.


                                                                                       continua....

Bibliografia: "Os distintivos de futebol mais curiosos do mundo".  De José Renato Santiago

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